segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Quem não tem o que dizer, deveria ficar quieto!

Semana passada "fiquei sabendo" que vulnerabilidade social é coisa de gordo (a frase citada da forma correta foi: vulnerabilidade social é uma característica comum em obesos).

Primeiro, eu achava que doentil ou problemático ou como quiserem chamar, seria uma pessoa que sendo explorada por sua boa vontade, boa fé ou ingenuidade, mesmo depois de alertada, orientada ou mesmo prejudicada por um determinado indíviduo sem caráter e sangue suga, permanecesse a merce dessa situação pelo simples fato do medo de perder amizades, ou por medo de causar constrangimento à pessoa ou às pessoas à sua volta, sempre pensando nos outros e nunca em si mesmo. Não aquele que ao verificar certas situações se livram delas, sacodem a poeira e seguem adiante.

Segundo, eu não sabia que uma pessoa pode ser rotulada a partir de meia dúzia de pessoas de baixa personalidade e sem nenhum caráter que a rodeiam independente dela poder ou não escolher a situação!

Quem aqui não tem um índivíduo sem noção no trabalho, na faculdade, na escola, na igreja ou na família, com o qual foi obrigado a conviver mesmo que superficialmente por motivos óbvios, atire a primeira pedra! Ou alguém aqui vira as costas para um irmão necessitado por mais sem vergonha que ele seja ou enfrenta um chefe sem ter certeza dos seus direitos ou sem ter algo melhor já engatilhado?

Terceiro, até onde eu sei, determinados tipos de traumas, podem ser iguais para um grupo de pessoas, mas as reações e as consequências decorrentes desse trauma, serão diferentes entre todos os indíviduos envolvidos, cada um reage de uma forma, é claro que haverão traços que ligarão uma conduta à outra, afinal estamos falando do mesmo trauma, mas cada pessoa deverá ter uma atenção diferente, pois cada um terá uma intensidade diferente de sofrimento, cada um tem uma personalidade diferente, sendo assim, ao meu ver, o terapeuta não deveria tentar se encontrar em cada paciente tentando usar sua vivência pessoal no tratamento de seus pacientes que apresentam traumas iguais ou similares aos que ele enfrenta ou enfrentou!

Mas enfim, como não podemos levar em consideração tudo o que nos dizem e sempre temos acesso à uma segunda opinião, podemos ver que esse tipo de postura é e foi totalmente errônea e infeliz! Vejam esse texto da Sociedade Brasileira de Cirugia Bariátrica e Metabólica:

Ao tratar de um paciênte candidato à uma intervenção cirúrgica (bariátrica), é importante não passar a idéia de que o indivíduo tenha algum perfil psicológico ou clínico típico da obesidade e deva ser tratado de modo homogêneo. Entretanto, as pesquisas e a experiência clínica demonstram que as pessoas com obesidade apresentam diferentes graus de sofrimento psíquico decorrente do seu padecimento. Em geral, sofreram e sofrem discriminações e preconceitos de diversos matizes, que por sua vez podem ser introjetados ao longo da vida, exigindo que o indivíduo aprenda a lidar com eles de uma maneira ou outra (p. ex., é possível que o prosaico bom humor destas pessoas tenha a ver com a sua maneira de lidar com esses problemas). http://www.sbcb.org.br/pacientes_duvidas_frequentes.php#psiquiatria

Conclusão: Além de existirem formas mais adequadas e coerentes para tratar os pacientes, existem abordagens através de exemplos muito mais delicadas, afinal, se é para fazer comparações, porque não utilizar os aspectos positivos ao invés dos negativos???

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