sexta-feira, 28 de setembro de 2007

A sua

Eu so quero que você saiba
Que estou pensando em você
Agora e sempre mais
Eu só quero que você ouça
A canção que eu fiz pra dizer
Que eu te adoro cada vez mais
E que eu te quero sempre em paz
Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas, te quero livre também

Como o tempo vai e o vento vem
Eu só quero que você caiba
No meu colo
Porque eu te adoro cada vez mais
Eu só quero que você siga
Para onde quiser
Que eu não vou ficar muito atrás
Tô com sintomas de saudade

Tô pensando em você

E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas, te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Mas, te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
E que eu te quero livre também
*Como o tempo vai e o vento vem*

Marisa Monte

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Lobos

É hora de recontar a fábula do lobo e do cordeiro porque ela nos ajuda a compreender o momento. Estavam o lobo e cordeiro a beber num riachinho, quando o lobo assim falou ao cordeiro: “Por que sujas a água que estou bebendo?” Retrucou o cordeiro: “Como posso eu sujar a água que o senhor está bebendo se sou eu que estou abaixo na correnteza? A água passa primeiro pelo senhor e só depois chega a mim...” O lobo não se alterou com as evidências. “Sim, de fato. Mas você sujou a minha água no ano passado.” Respondeu o cordeiro: “Isso não pode ser, senhor lobo, pois tenho apenas seis meses. Não havia ainda nascido no ano passado.” O lobo arreganhou os dentes e gritou: “Se não foi você foi o seu pai.” E devorou o cordeiro... Uma sociedade democrática entre lobos é possível, porque existe equilíbrio de poder entre os lobos. Uma sociedade democrática entre cordeiros é possível, porque existe equilíbrio de poder entre os cordeiros. Mas não é possível uma sociedade democrática onde haja lobos e cordeiros. Os lobos sempre devorarão os cordeiros...

A fábula é de autor desconhecido, mas o comentário é de Rubem Alves

Ps.: Não se enganem, não tenho vocação para cordeiro!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Portishead - Glory Box (tradução)

Caixa de glória

Eu estou tão cansada de brincar
brincar com este arco e flecha
vou dar meu coração por ai
deixar isto para outras garotas brincarem
por eu ter sido tentada por tanto tempo.

apenas
me dê uma razão para te amar
me dê uma razão para ser uma mulher
eu quero apenas ser uma mulher

a partir de agora desacorrentada
todos nós estamos olhando uma imagem diferente
através desta nova moldura da mente
milhares de flores poderiam florescer,
se mudar, e nos dar algum espaço

então não pare de ser um homem,
apenas dê uma olhadinha de fora quando você puder,
semeie um pouco de ternura
não há nenhum problema se você chorar.

isto e tudo que eu quero ser, uma mulher
entao eu apenas quero ser uma mulher,
por isso, é o começo de todo o sempre.
é hora de superar agora.
(então eu quero ser)

domingo, 16 de setembro de 2007

Rifa-se um coração

Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque
que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração
que na realidade está um pouco usado, meio calejado,
muito machucado e que teima em alimentar sonhos
e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente
que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia estava certo quando
escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu
espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,
sendo simples e natural.
Um coração insensato
que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida
que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração
que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos
que quase dá pra engolir as orelhas,
mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado
indicado apenas para quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida
matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração
tão inocente que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro
na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir.
Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer
e se recusa a envelhecer"
Rifa-se um coração,
ou mesmo troca-se por outro
que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos
que mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.
Um velho coração
que convence seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a
petulância de se aventurar como poeta
.
.
Clarice Lispector

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Pela luz dos olhos teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar


Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

Letra e música: Vinicius de Moraes
versos de segunda

terça-feira, 11 de setembro de 2007

É...

...necessário estar sempre bêbado.
Tudo se reduz a isso; eis o único problema.
Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.
Contanto que vos embriagueis.
E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder: É hora de se embriagar!
Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas!
De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.

Charles Baudelaire
veracidade a ser confirmada

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

FelizCidade

Ibaiti (a rainha das colinas) é uma cidade excelente, Sengés também é bacana, queria ficar mais tempo por lá, lavar a alma, purificar os pulmões e organismo.

Você tem noção do que é comer arroz, temperado com alho e cebola fresquinhos e orgânicos, colhido na própria terra em que pisamos? Feijão colhido lá mesmo também, temperado com carninhas de porco criados ali, saladinha de soja colhida e cultivada na própria terra... carne de gado criado na fazenda vizinha, ou frango ou porco daquele local... café da tarde, colhido, separado, torrado, tudo ali mesmo, com leite de vaca de verdade, sem mistura de água, sempre passar por nenhum tipo de processo industrial, tirado na hora, o pão é feito com trigo ali da região também que foi trocado por café, olhem só que bacana, o que é produzido também é moeda de troca! Com doce de abóbora colhida ali também. Suco de laranja ou limão do quintal, goiabas, bananas, jabuticabas, ameixas, pepininhos em conserva caseira, açafrão (eu finalmente conheci a raiz que produz meu tempero favorito), o sabão para lavar a roupa e a louça é feito em casa, a bucha para tomar banho é produzida lá mesmo.

É maravilhoso, mas não há nenhum luxo, o banheiro é a casinha do lado de fora da casa, não chega correio, nem rede telefonica, nem antenas para celular, apenas 03 ônibus diários para a cidade, tem chuveiro elétrico e tem antena parabólica para a televisão, mas é o máximo de luxo, e tudo o que há, tudo o que é desfrutado, depende do suor e do esforço de cada um, não existe vou lá na esquina comprar (na maioria das coisas).

Eu amo muito tudo isso, admiro essa vida, eu acho que sou escrava dessa vida de comodismo e capitalismo. Adoraria essa vida que eu vivi em 03 dias, mas não imagino quanto tempo aguentaria.


quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Nossa existência é uma contradição!

É engraçado como podemos ser tão contraditórios em nós mesmos
Ao mesmo tempo que amamos as pessoas e não sabemos como viver sem elas
Também desprezamos outras ou até mesmo algumas mesmas pessoas por suas atitudes
Não sei onde vi escrito uma vez,
Só odiamos nos outros aquilo que enxergamos em nós mesmos
É exatamente quando penso nisso que fico com nojo de mim mesma
Fico horrorizada em pensar que parte de tudo o que condeno e abomino também habita em mim
Ao presenciar tanta maldade, tanto egoísmo, tanta ganância, tanta hipocresia a nossa volta
Me lembro de frases bíblicas,
Sim, para quem não sabe a Bíblia não é feita apenas de palavras macias ou mandamentos
Ela demonstra a indignação de uns, ponto de vista de outros, sem citar o marco histórico
Quer queiram quer não, é um ponto de partida literário
Podemos encontrar escrito algo mais ou mesmo assim:
Como podes dizer à alguém: Deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho,
Não vendo tu mesmo a trave que está no teu?
Hipócrita!
Tire primeiro a trave do teu olho;
E então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão. (Mateus 7 ou LUcas 6)Não é que não queremos fazer nada, de fato não podemos
Pois hoje em dia, todo mundo está com traves nos olhos
Então por mais que você consiga tirar a trave de seus olhos, nada mudará
Não conseguirá remover o cisco ou a trave do próximo
O que me faz pensar em mais duas frases bíblicas que irei expor
Essas traves na verdade ao meu ver, são nada mais e nada menos que o orgulho
As pessoas hoje em dia, mesmo nos seus erros se acham tão cheias de si
Tão corretas em suas insânias, tão coerentes em suas discordâncias
Que se negam terminantemente em aceitar uma outra verdade que não seja a sua própria
É aí que cabe a primeira frase das outras duas frases que mencionei citar
Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e astutos em seu próprio conceito! (Isaías 5)
Para quem não entende muito de Bíblia, isso está no antigo testamento
Analise não a interjeição, mas o motivo dela
É uma imensa frustração, loucura total achar que isso pode melhorar
Pensar que isso pode mudar, não muda, as pessoas são assim
A natureza humana é podre, fede, assim foi e sempre será
Isso é para todos, é triste se sentir incluído, mas é o que é
Terminarei com a última frase que define a minha analogia
Infelizmente somos todos iguais
Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão. (Eclesiastes 3)

Dicionário:
*encrustado adj., que tem crusta; embutido; tauxiado; incrustado.
*argueiros . m., palhinha muito pequena; grânulo; fig., coisa insignificante.