quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O livro dos dias

(...) Todos se afastam quando o mundo está errado
Quando o que temos é um catálogo de erros
Quando precisamos de carinho
Força e cuidado...

Legião Urbana

terça-feira, 13 de novembro de 2007

...

Passeando pelos flogs da vida, encontrei alguém pensando o mesmo que eu, segue o texto na íntegra, escrito pelo meu amigo agora mineirin master poser Célio.

Estava eu pensando com meus botoes, quando de repente me toquei de uma coisa.
Vc ama uma pessoa por anos, e guarda isso dentro de vc, por nao estar no tempo de ama-la...ou por nao poder viver aquele fucking amor...

Sempre existe isso neh?
A gente sempre fica meio relutante sobre o que fazer, sobre como lidar com a pessoa que a gente ama e nao pode.

Nao pode por varias razoes que mudam de pessoa pra pessoa.
Ou pq ta afim de correr o mundo e nao tem lugar pra ela na bagagem.
Ou pq ta super com vontade de sair todo dia com os amigos e encher a cara.
Ou pq ta com vontade de pegar todas incluindo as que vivem nos lugares mais sombrios da sua vida...(seja la onde for o lugar mais sombrio da sua vida)
Ou pq vc ta afim de ficar sozinho nesse momento, sem ninguem, mas estudando.
Ou pq ta com vontade de nao sofrer quando terminar.
Ou pq tem medo de amar.
Ou pq ta com um trabalho super desgastante q nao tem tempo de amar...
Enfim...
Sao varias opções de pq vc pode dar desculpas de suprimir o sentimento que tem por alguem...
No fim das contas, eu venho aqui com essa foto super master blaster tosca, falar de amor citando Incubus...
"Sometimes when I’m alone, I wonder
Is there a spell that I am under keeping me from seeing the real thing?

Meus caros amigos, a melodia de sentir algo que vc quer eh melosa, chorosa, e eu como todo bom ariano teatral...me delicio...sempre...da forma mais justa possivel.
Gosto de sofrer quando to sofrendo, de sorrir quando estou feliz, e de divagar, quando estou...assim...sei la como...talvez indignado, talvez aborrecido, talvez colocando um ponto final no que era pra ser...talvez...eterno...talvez...nao era pra ter sido...eh...os caras estavam certos quando diziam... "...Love Hurts..."
Machuca...mesmo...ainda mais quando vc ama uma pessoa que mora a milhas de distancia de vc...e que talvez tenha esquecido sua existencia...talvez vc ainda esteja no caminho da felicidade dela...machuca...mesmo...maaaas...como tambem disseram..."but sometimes it’s a good hurt and it feels like I’m alive
Love sings when it transcends the bad things
Have a heart and try me, ‘cause without love I won’t survive"


Entao, se vc tem medo de amar agora. Repense seus conceitos sobre. Talvez ela possa aparecer com um outro cabeludo na vida dela...dai fode tudo...(eu to soh citando Roberto Carlos gente...nao quis dizer nada nao) Rs...

Entao...essa noite eu vo beber...
Beber muito...
E "Então, essa noite nós bebemos pela juventude e
Eu nunca irei perder o que eu tinha quando era garoto..."

Saude! E vamos comecar de novo!
http://www.fotolog.com/jrlestat/22852939

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Nelori Valente



Jacó e Jacozinho
Composição: Indisponível


Na fazenda que eu nasci
Vovô era retireiro
Em criança eu aprendi
Prender o gado leiteiro
Um dia de manhãzinha
Vejam só que desespero
Tinha um bezerro doente
E a ordem do fazendeiro
Mate já este animal
E desinfete o mangueiro
Se esse doença espalhar
Poderá contaminar
O meu rebanho inteiro

Eu notei que o meu avô
Ficou bastante abatido
Por ter que sacrificar
O animal, recém nascido
Nas lágrimas dos seus olhos
Eu entendi seu pedido
Pus o bichinho nos braços
Levei pra casa escondido
Com ervas e benzimentos
Seu caso foi resolvido
Com carinho eu lhe tratava
E o leite que o patrão dava
Com ele era dividido

Quando o fazendeiro soube
Chamou o meu avozinho
Disse: você foi teimoso
Não matando o bezerrinho
Vai deixar minha fazenda
Amanhã logo cedinho
Aquilo feriu vovô
Como uma chaga de espinho
Mas há sempre alguém no mundo
Que nos dá algum carinho
E sem grande scrifício
Vovô arrumou serviço
Ali num sítio vizinho

Em pouco tempo o bezerro
Já era um boi arado
Bonito, forte, troncudo
Mansinho e muito ensinado
Automóvel do atoleiro
Ele tirava aos punhados
Por isso na redondeza
Ficou bastante afamado
Até que um dia a noitinha
Um homem desesperado
Gritou pedindo socorro
Seu carro caiu no morro
Seu filho estava prensado

O carro da ribanceira
O boi conseguiu tirar
O menino estava vivo
Seu pai disse a soluçar
Qualquer que seja a quantia
Esse boi eu vou comprar
Eu disse:
“Ele não tem preço
A razão vou lhe explicar
A bondade do vovô
Veio o seu filho salvar
Esse nelore valente
É o bezerrinho doente
Que o senhor mandou matar

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

A sua

Eu so quero que você saiba
Que estou pensando em você
Agora e sempre mais
Eu só quero que você ouça
A canção que eu fiz pra dizer
Que eu te adoro cada vez mais
E que eu te quero sempre em paz
Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas, te quero livre também

Como o tempo vai e o vento vem
Eu só quero que você caiba
No meu colo
Porque eu te adoro cada vez mais
Eu só quero que você siga
Para onde quiser
Que eu não vou ficar muito atrás
Tô com sintomas de saudade

Tô pensando em você

E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas, te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Mas, te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
E que eu te quero livre também
*Como o tempo vai e o vento vem*

Marisa Monte

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Lobos

É hora de recontar a fábula do lobo e do cordeiro porque ela nos ajuda a compreender o momento. Estavam o lobo e cordeiro a beber num riachinho, quando o lobo assim falou ao cordeiro: “Por que sujas a água que estou bebendo?” Retrucou o cordeiro: “Como posso eu sujar a água que o senhor está bebendo se sou eu que estou abaixo na correnteza? A água passa primeiro pelo senhor e só depois chega a mim...” O lobo não se alterou com as evidências. “Sim, de fato. Mas você sujou a minha água no ano passado.” Respondeu o cordeiro: “Isso não pode ser, senhor lobo, pois tenho apenas seis meses. Não havia ainda nascido no ano passado.” O lobo arreganhou os dentes e gritou: “Se não foi você foi o seu pai.” E devorou o cordeiro... Uma sociedade democrática entre lobos é possível, porque existe equilíbrio de poder entre os lobos. Uma sociedade democrática entre cordeiros é possível, porque existe equilíbrio de poder entre os cordeiros. Mas não é possível uma sociedade democrática onde haja lobos e cordeiros. Os lobos sempre devorarão os cordeiros...

A fábula é de autor desconhecido, mas o comentário é de Rubem Alves

Ps.: Não se enganem, não tenho vocação para cordeiro!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Portishead - Glory Box (tradução)

Caixa de glória

Eu estou tão cansada de brincar
brincar com este arco e flecha
vou dar meu coração por ai
deixar isto para outras garotas brincarem
por eu ter sido tentada por tanto tempo.

apenas
me dê uma razão para te amar
me dê uma razão para ser uma mulher
eu quero apenas ser uma mulher

a partir de agora desacorrentada
todos nós estamos olhando uma imagem diferente
através desta nova moldura da mente
milhares de flores poderiam florescer,
se mudar, e nos dar algum espaço

então não pare de ser um homem,
apenas dê uma olhadinha de fora quando você puder,
semeie um pouco de ternura
não há nenhum problema se você chorar.

isto e tudo que eu quero ser, uma mulher
entao eu apenas quero ser uma mulher,
por isso, é o começo de todo o sempre.
é hora de superar agora.
(então eu quero ser)

domingo, 16 de setembro de 2007

Rifa-se um coração

Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque
que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração
que na realidade está um pouco usado, meio calejado,
muito machucado e que teima em alimentar sonhos
e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente
que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia estava certo quando
escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu
espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,
sendo simples e natural.
Um coração insensato
que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida
que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração
que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos
que quase dá pra engolir as orelhas,
mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado
indicado apenas para quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida
matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração
tão inocente que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro
na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir.
Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer
e se recusa a envelhecer"
Rifa-se um coração,
ou mesmo troca-se por outro
que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos
que mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.
Um velho coração
que convence seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a
petulância de se aventurar como poeta
.
.
Clarice Lispector

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Pela luz dos olhos teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar


Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

Letra e música: Vinicius de Moraes
versos de segunda

terça-feira, 11 de setembro de 2007

É...

...necessário estar sempre bêbado.
Tudo se reduz a isso; eis o único problema.
Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.
Contanto que vos embriagueis.
E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder: É hora de se embriagar!
Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas!
De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.

Charles Baudelaire
veracidade a ser confirmada

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

FelizCidade

Ibaiti (a rainha das colinas) é uma cidade excelente, Sengés também é bacana, queria ficar mais tempo por lá, lavar a alma, purificar os pulmões e organismo.

Você tem noção do que é comer arroz, temperado com alho e cebola fresquinhos e orgânicos, colhido na própria terra em que pisamos? Feijão colhido lá mesmo também, temperado com carninhas de porco criados ali, saladinha de soja colhida e cultivada na própria terra... carne de gado criado na fazenda vizinha, ou frango ou porco daquele local... café da tarde, colhido, separado, torrado, tudo ali mesmo, com leite de vaca de verdade, sem mistura de água, sempre passar por nenhum tipo de processo industrial, tirado na hora, o pão é feito com trigo ali da região também que foi trocado por café, olhem só que bacana, o que é produzido também é moeda de troca! Com doce de abóbora colhida ali também. Suco de laranja ou limão do quintal, goiabas, bananas, jabuticabas, ameixas, pepininhos em conserva caseira, açafrão (eu finalmente conheci a raiz que produz meu tempero favorito), o sabão para lavar a roupa e a louça é feito em casa, a bucha para tomar banho é produzida lá mesmo.

É maravilhoso, mas não há nenhum luxo, o banheiro é a casinha do lado de fora da casa, não chega correio, nem rede telefonica, nem antenas para celular, apenas 03 ônibus diários para a cidade, tem chuveiro elétrico e tem antena parabólica para a televisão, mas é o máximo de luxo, e tudo o que há, tudo o que é desfrutado, depende do suor e do esforço de cada um, não existe vou lá na esquina comprar (na maioria das coisas).

Eu amo muito tudo isso, admiro essa vida, eu acho que sou escrava dessa vida de comodismo e capitalismo. Adoraria essa vida que eu vivi em 03 dias, mas não imagino quanto tempo aguentaria.


quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Nossa existência é uma contradição!

É engraçado como podemos ser tão contraditórios em nós mesmos
Ao mesmo tempo que amamos as pessoas e não sabemos como viver sem elas
Também desprezamos outras ou até mesmo algumas mesmas pessoas por suas atitudes
Não sei onde vi escrito uma vez,
Só odiamos nos outros aquilo que enxergamos em nós mesmos
É exatamente quando penso nisso que fico com nojo de mim mesma
Fico horrorizada em pensar que parte de tudo o que condeno e abomino também habita em mim
Ao presenciar tanta maldade, tanto egoísmo, tanta ganância, tanta hipocresia a nossa volta
Me lembro de frases bíblicas,
Sim, para quem não sabe a Bíblia não é feita apenas de palavras macias ou mandamentos
Ela demonstra a indignação de uns, ponto de vista de outros, sem citar o marco histórico
Quer queiram quer não, é um ponto de partida literário
Podemos encontrar escrito algo mais ou mesmo assim:
Como podes dizer à alguém: Deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho,
Não vendo tu mesmo a trave que está no teu?
Hipócrita!
Tire primeiro a trave do teu olho;
E então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão. (Mateus 7 ou LUcas 6)Não é que não queremos fazer nada, de fato não podemos
Pois hoje em dia, todo mundo está com traves nos olhos
Então por mais que você consiga tirar a trave de seus olhos, nada mudará
Não conseguirá remover o cisco ou a trave do próximo
O que me faz pensar em mais duas frases bíblicas que irei expor
Essas traves na verdade ao meu ver, são nada mais e nada menos que o orgulho
As pessoas hoje em dia, mesmo nos seus erros se acham tão cheias de si
Tão corretas em suas insânias, tão coerentes em suas discordâncias
Que se negam terminantemente em aceitar uma outra verdade que não seja a sua própria
É aí que cabe a primeira frase das outras duas frases que mencionei citar
Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e astutos em seu próprio conceito! (Isaías 5)
Para quem não entende muito de Bíblia, isso está no antigo testamento
Analise não a interjeição, mas o motivo dela
É uma imensa frustração, loucura total achar que isso pode melhorar
Pensar que isso pode mudar, não muda, as pessoas são assim
A natureza humana é podre, fede, assim foi e sempre será
Isso é para todos, é triste se sentir incluído, mas é o que é
Terminarei com a última frase que define a minha analogia
Infelizmente somos todos iguais
Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão. (Eclesiastes 3)

Dicionário:
*encrustado adj., que tem crusta; embutido; tauxiado; incrustado.
*argueiros . m., palhinha muito pequena; grânulo; fig., coisa insignificante.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

...

Parei com todas as leituras, com as postagens automaticamente, comecei muita coisa e não tive ânimo de conluir nada...

Um pouco era desânimo, mas também a percepção do rumo ao qual a influência que certos textos andavam me conduzindo!

A fase ainda está negra, muita ira interior acumulada, espero que esse vulcão entre em erupção na hora e com a pessoa certa, que realmente merecerá toda a larva e destruição que essa erupção será capaz de causar.

Mas o Coral de Curitiba, as aulas do Ricardo (violão), a partir de amanhã as aulas do Pablo (teoria musical), são o alívio dos meus dias, lavo a minha alma através da música, só lamento profundamente não ter o dom, faço o que posso com o gosto que tenho por ela, e ela faz o que pode por mim.

Por hora posso dizer que não posso reclamar de tudo na vida, tive um aniversário maravilhoso ao lado de pessoas muito bacanas, pessoas das quais eu realmente desejava estar perto, sinto e lamento muito pelas pessoas indispensáveis que não estavam lá , mas fazer o que, é exatamente nesse momento em que podemos dar uma separada no joio e no trigo.

Curiosidade sabe porque o agricultor, mesmo sabendo que o joio não é trigo, não o retira logo quando ele começa a brotar??? Porque o joio cresce muito próximo ao trigo, e se vc fizer a separação antes do tempo, corres o risco de arrancar muito trigo junto com o joio. Mas devemos aprender e nos acostumar, é inevitável não perder um pouco do trigo na hora de eliminar o joio, mesmo esperando a hora certa!

Decidi retomar minhas leituras, semana que vem espero retomar meus filmes e meus downloads, e quem sabe na outra, voltar a me relacionar socialmente de maneira sincera, de corpo e alma, porque esse é o verdadeiro sabor da vida!

Estou lendo Jack Kerouac, Vagabundos Iluminados... me animei... a leitura é interessante, crescente (esse é o meu adjetivo para leituras onde o autor a cada capítulo dá uma nova característica do local ou do personagem em questão, a cada instante vc precisa refazer mentalmente a situação, pessoa, enfim, eu gosto), em suma, o livro apresenta doses de humor, muita coisa sobre a sabedoria e costumes orientais e um imenso gosto pela vida. Compartilharei a segui um comentário sobre o autor!

A vida é linda, e poucos conseguem colocar no papel todo seu sabor e maravilhamento e tristeza e humor de um jeito mais interessante que Kerouac.
Luther Nochols, San Francisco Examiner

domingo, 12 de agosto de 2007

Paixão...

Que sentimento é esse?

Sentimento...
Que nos tonteia,
Que nos desnorteia,
Que nos deixa sem ar,
Que faz o coração acelerar,
Que tira nossos pés do chão,
Que faz sangrar nosso coração,
Que sonhamos até mesmo acordados,
Que desejamos sempre sermos beijados,
Que faz com que não tenhamos mais razão,
Que faz com que fiquemos cegos de emoção,
Que é tão bom que dura o tempo de um segundo,
Que faz parecer não existir mais ninguém no mundo,
Que é algo tão intenso, louco, arrebatador e passageiro,
Que me faz ficar insana, encantada, absorta e prisioneira?


Que me faz perder a cabeça, me tira a razão e a tranqüilidade;
Que me tira a paz, o sossego e me deixa fora da realidade;
Que me envolve, me consome, me corrói e me sacrifica;
Que me dói, me emociona, me agrada e me dignifica;
Que me preenche o espírito e me enche de alegria;
Que me acaricia a alma e me enfeita de magia;
Que me faz ficar radiante e me incendeia;
Que me faz ficar fervorosa e me clareia;
Que me proporciona dias radiantes;
Que lembra coisas emocionantes;
Que abusa da minha emoção;
Que encanta meu coração;
Que não tem explicação;
Que me mata de tesão;
Que me dá sensação;
Que dói sem razão;
Que dá comichão;
Que não é são;
Que é em vão;
Que é glutão;
Que é peão;
Que é mão;
Que é sim;
Que é não;
Que é pai;
E é chão;
É Paixão!


quinta-feira, 26 de julho de 2007

18/08/2007 - Retro - Festa à Fantasia - Meu aniversário


quarta-feira, 25 de julho de 2007

Silenzio! No hay banda

"No hay banda. There is no band. Il n’y a pas d’orchestre".

IT'S JUST ILLUSION!

Cidade dos Sonhos/Mulholland drive
David Lynch

sábado, 21 de julho de 2007

*foge*

"odeio quando fico assim.
odeio quando penso em te querer.
quando tento não conter.
e quando me deixo crer
que ainda há tempo.

odeio saber de ti.

prefiro mil versos tristes.
mil sonhos fúteis.
a qualquer vontade insana
de querer maior.
prefiro me conter entre meus textos.
vomitar minhas palavras.
a deixar voltar a mágoa
de ter-te teu em braços meus.

odeio esse falso amor.
essa falsa verdade.
e a intensa maldade
que comanda meu coração.

deixa quieto.

foge enquanto há tempo.
some do meu alcance
pra não cair nas entrelinhas
desse verso triste
de dor constante."

Beatriz Moiana

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Retóricas

Aquele que usa, em suas retóricas, as palavras que os homens se habituaram a ouvir há muito tempo talvez ainda receba algum aplauso; no entanto, para que do caos nasça um cosmo social os homens deverão dignar-se a ouvir outras palavras e outras sentenças.


Autor: Steiner , Rudolf
Tema: Activismo
Fonte: O Anjo em nosso corpo astral

Porque???

Se você diz o que pensa, é cruel
Se você diz o que sente, é tolo
Se você não disser o que pensa, é hipócrita
Se você não disser o que sente é insensível




Quando somos cruéis, fazemos sofrer
Quando somos tolos, sofremos
Quando somos hipócritas,somos desleais
Quando somos insensíveis, nos tornamos imperceptíveis



Quero ser verdadeira
Quero ser afetuosa
Não quero mais fingir
Não quero ser impassível



Não posso?



Leila Monteiro
18/07/2007 - 01:23h

sábado, 14 de julho de 2007

Poeminho do contra




Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!




Mário Quintana

Caderno H, 1973

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Diretas Já


'Se não houver frutos

Valeu a beleza das flores

Se não houver flores

Valeu a sombra das folhas

Se não houver folhas

Valeu a intenção da semente'.
Henfil
Henrique de Souza Filho
Cartunista, quadrinhista, jornalista, caricaturista e escritor. Brasileiro de MG.

Atuou no teatro, cinema, televisão.

Colaborou com o jornal O Pasquim, em 1969.

Participou dos movimentos políticos e sociais no Brasil contra a ditadura, pela democratização do país, anistia aos presos políticos e Diretas Já.

Henfil era hemofílico e contraiu Aids através de uma transfusão de sangue.

terça-feira, 10 de julho de 2007


Noite, silêncio, folhas imóveis;
imóvel o meu pensamento.
Onde estás, tu que me ofereceste a taça?
Hoje caiu a primeira pétala.

Eu sei, uma rosa não murcha
perto de quem tu agora sacias a sede;
mas sentes a falta do prazer que eu soube te dar,
e que te fez desfalecer.


Acorda... e olha como o sol em seu regresso
vai apagando as estrelas do campo da noite;
do mesmo modo ele vai desvanecer
as grandes luzes da soberba torre do Sultão.


Omar Khayyam

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Morte Aos Falsos

Sua falsidade
Sua maneira de falar
Ninguém no fim vai querer te escutar
Quantos amigos você tem, pode contar
Porque ninguém vai querer te ajudar
Tomara que quebrem teus ossos
Esmaguem suas pernas
Arrebentem tua cara e te encham de porrada
Quebrem teus dentes e te façam engolir a merda que você é
A merda que você faz
Morte aos falsos
Você é ninguém, você é nada
Pois quer ser um para cada um
A verdade não tardará a vir e o ódio a você será comum
Você pensa que sendo assim vai conseguir tudo o que vê
Seu sofrimento será maior do que o mal que você deseja
Sofra, morre, sua existência é desprezada
Suma, desapareça
Para você não resta mais nada

Dorsal Atlântica

terça-feira, 3 de julho de 2007

Fábula Curta

"Ai de mim!", disse o rato, "o mundo vai ficando dia a dia mais estreito".

"Outrora, tão grande era que ganhei medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira em que irei cair".

"Mas o que tens a fazer é mudar de direção", disse o gato, devorando-o.
Franz Kafka
Tradução de Torrieri Guimarães

XXIX - UMA CARNIÇA


Lembras-te, amor, do que nessa manhã tão bela,
Vimos à volta de uma estrada?
- Uma horrenda carniça, oh que visão aquela!
Aos pedregulhos atirada:

Com as pernas para o ar, qual mulher impudente
Tressuando vícios e paixões,
Abria de maneira afrontosa e indolente
O ventre todo exalações;

Radiante, cozinhava o sol essa impureza,
A fim de tendo o ponto dado,
Cem vezes restituir à grande Natureza
Quanto ela havia ali juntado.

E contemplava o céu a carcaça ostentosa,
Como uma flor a se entreabir!
E o fétido era tal que estivestes nauseosa,
Quase em desmaios a cair.

Zumbiam moscas mil sobre esse ventre podre
De onde os enxames vinham, grossos
De larvas, a escorrer como azeite de um odre,
Ao longo de tantos destroços.

E tudo isso descia e subia em veemência
Ou se lançava a fervilhar...
Dir-se-ia que esse corpo a uma vaga influência
Vivia a se multiplicar!

- Era um mundo a vibrar sons de música estranha,
Bem como o vento e a água em carreira
Ou o som que faz o grão que o joeirador apanha
E agita e roda na joeira;

E tudo a se apagar mais que um sonho não era,
- Esboço lento a aparecer
Sobre a tela esquecida, e que um artista espera
Só, de memória, refazer;

De uns rochedos, por trás, uma cadela quieta,
Com desgostoso olhar nos via,
Espiando a ocasião de retomar, à infecta
Ossada, o que deixado havia;

- E no entanto hás de ser igual a essa imundícia,
A essa horripilante infecção,
Astro dos olhos meus, céu da minha delícia,
Tu, meu anjo e minha paixão!

Assim tu hás de ser, oh! Rainha das Graças!
Quando depois da extrema-unção
Fores apodrecer sob a erva e as flores baças,
Entre as ossadas, pelo chão!

.......................................................................

Dize então, lindo amor, à larva libertina
Que há de beijar-te em lentos gostos,
Que eu a forma guardei, mais a essência divina,
Dos meus amores descompostos!


Charles Baudelaire, Tradução de Álvaro Reis
Original em francês: Les Fleurs du Mal.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Os Rubaiyat


(...) 70. Vinho! Que palpite em minhas veias,
que inunde a minha cabeça. Silêncio!
Tudo é mentira. Copos! Depressa!
Envelheci muito.

71. Do meu túmulo virá um tal perfume de vinho
que embriagará os que por lá passarem,
e uma tal serenidade vai pairar ali,
que os amantes não quererão se afastar.

72. No turbilhão da vida são felizes aqueles
que presumindo saber tudo não se instruem.
Fui buscar os segredos do Universo e voltei
invejando os cegos que encontrei pelo caminho.

73. Alguns amigos me dizem: Não bebas mais Khayyam.
Respondo: Quando bebo, ouço o que me dizemas rosas, as tulipas, os jasmins;
ouço até o que não me diz a minha amada.

74. Em que pensas? Nos que já morreram? São pó no pó.
Pensas nas virtudes que tiveram? Sim? Deixa-me sorrir.
Toma este copo, vamos beber; ouve sem inquietaçãoo vasto Silêncio do Universo.

75. Não faças planos para amanhã.
Sabes se poderás terminar a frase que vais dizer?
Talvez amanhã estejamos tão longe deste albergue,
como os outros que já se foram há sete mil anos.

76. Conquistador de corações, belo moçode olhos brilhantes e altivo semblante,
senta-te e apanha um copo. Eu te contemplo,
e penso na ânfora que serás um dia.

77. Há muito tempo a minha mocidade se foi.
Primavera da minha vida, passaste como passaram
as outras primaveras: sem que eu percebesse.
Partiste, como se vão os melhores dias.

78. Sente todos os perfumes, todas as cores,
todas as músicas; ama todas as mulheres.
Lembra-te que a vida é breve,e que breve voltarás ao pó.

79. Não terás paz na terra, e é tolice acreditar
no repouso eterno. Depois da morte
teu sono será breve: renascerás na erva
que será pisada, ou na flor que murchará.

80. O que realmente possuo?
O que restará de mim depois da morte?
É tão breve a vida, uma fogueira:
Chamas, e depois, cinzas. (...)
Omar Khayyan
Versão em Português de Alfredo Braga